Aparício Fernando de Brinkerhoff Torelly (Barão de Itararé) nasceu no dia 29/01/1895 no interior de uma diligência na cidade do Rio Grande/RS. Foi jornalista, escritor e o pioneiro no humorismo político brasileiro. Uma das personalidades mais divertidas e controversas da imprensa brasileira. Aparício Torelly se auto-intitulou com o falso título de nobreza de Barão de Itararé, para gozar a famosa batalha de Itararé que nunca ocorreu, influenciou e divertiu toda uma geração de humoristas e leitores brasileiros. Em 1906 foi interno Colégio Nossa Senhora da Conceição, em São Leopoldo-RS, onde em 1909 faz o seu primeiro jornal manuscrito intitulado "Capim Seco" com tiragem de um exemplar. Anos depois, por pressão familiar, matricula-se na Faculdade de Medicina de Porto Alegre-RS. Em 1916 é publicado o primeiro e único livro com seu nome verdadeiro com versos e poemas bem humorados. Em 1918 sofre um derrame e abandona a Faculdade de Medicina no 4º. ano e inicia viagens pelo interior do estado, fazendo conferências sobre diversos assuntos. Publica sonetos e artigos em jornais e revistas, como: "Kodak", "A Máscara" e "Maneca". A partir de então, dedica-se exclusivamente ao jornalismo. Nessa mesma época funda "A Noite e a Reação", "A Tradição" e " O Chico", seu primeiro jornal de humor. Torelly depois de, como ele próprio dizia, fundar e afundar vários jornais no Rio Grande do Sul, chegou à capital federal, então a cidade do Rio de Janeiro, em 1925. No mesmo ano foi trabalhar em O Globo de Irineu Marinho. Com a morte de Irineu, Apporelly foi convidado por Mário Rodrigues (pai de Nelson Rodrigues) a ser colaborador do jornal "A Manhã". Ainda em 1925, no mês de dezembro, Aparício Torelly estreava na primeira página com seus sonetos de humor que, geralmente, tinham como tema um político da época. Sua coluna humorística fez sucesso e também na primeira página, em 1926, começou a escrever a coluna "A Manhã tem mais…". Neste mesmo ano criou o semanário que viria a se tornar o maior e mais popular jornal de humor da história do Brasil. Bem ao seu estilo de paródias, o novo jornal da capital federal tinha o nome de "A Manha", e usava a mesma tipologia do jornal em que Apparício trabalhava, sem o til, fazendo toda diferença que era reforçada com a frase ladeando o título: "Quem não chora, não mama". Para estréia tão libertadora, Apporelly não perdeu a data de 13 de maio de 1926. Quando a violência da ditadura torna-se intolerável, às vezes uma das poucas armas de resistência popular é o humor. E disso entendia muito bem o jornalista. Preso, novamente, em 09 de dezembro de 1935, por ser militante e um dos fundadores da Aliança Nacional Libertadora, permanece "em cana" durante todo o ano de 1936, primeiro a bordo do navio presídio D. Pedro I, depois na Casa de Detenção do Rio de Janeiro. Solto em 21 de dezembro de 1936, com outros 100 presos, reabre "A Manha", que só consegue funcionar por um ano, sob severa censura do DIP. Janeiro de 1938 marca sua volta ao "Diário de Notícias", do Rio de Janeiro, e da coluna "A manhã tem mais...", onde colabora por quase seis anos. No dia 27 de janeiro de 1939 é preso novamente por três dias. O fato se repetirá diversas vezes até o fim do Estado Novo. Em 1940, retira-se para uma chácara em Bangu, no Rio ali instala um laboratório onde desenvolve pesquisas sobre a vacina contra a febre aftosa, baseado em teorias de Pasteur. Em 1944 é homenageado com um jantar na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), por amigos e jornalistas pelos seus 25 anos de jornalismo. No ano seguinte o Barão encabeça um abaixo-assinado por liberdades democráticas. Ressurge "A Manha" com enorme sucesso, superando o que havia feito nas décadas de 20 e 30, contando com a colaboração de renomados escritores da época. Aparíco candidata-se à Câmara do Distrito Federal pelo PCB e, provando sua popularidade, é o oitavo mais votado de sua bancada, a qual obtém maioria na Câmara de Vereadores. O slogan da campanha foi: "Mais leite, mais água, mas menos água no leite -- Vote no Barão de Itararé, Apparício Torelly." A convite de Luiz Carlos Prestes, passa a colaborar com a "Folha do Povo". Faziam parte da equipe Carlos Drummond de Andrade, Di Cavalcanti, Jorge Amado e o jovem Sérgio Porto (posteriormente conhecido como Stanislaw Ponte Preta). No final do ano o registro do PCB é cassado e seus representantes eleitos perdem seus mandatos. Após a cassação de seu mandato, em fins de 1947, quando declarou que saía da vida pública para entrar na privada, o Barão continuou sua luta no jornal A Manha. Em virtude de problemas financeiros, "A Manha" deixa de circular, em 1948. Em 1949 o Barão associa-se a Guevara e lança o primeiro "Almanhaque" ou "Almanaque d'"A Manha" em São Paulo. Com o sucesso do lançamento, anima-se o Barão e, em 1950 "A Manha" volta a circular, editada em São Paulo, onde o humorista passa a viver por algum tempo, ou seja, até setembro de 1952, quando o jornal deixa de circular, definitivamente. Em 1955 lança dois "Almanhaques", no 1º. e 2º. semestres. Colabora com o jornal "Última Hora". Velho e cansado, fixa-se novamente no Rio. Viaja pela China, em 1963, a convite do governo de Pequim, com passagem por Praga e Moscou. Nos anos seguintes (1964/1970), dedica-se a seus "horóscopos biônicos" e "quadrados mágicos". Passa a maior parte do tempo estudando e vive só em um pequeno apartamento em Laranjeiras, bairro do Rio de Janeiro onde morreu com 76 anos em 27 de novembro de 1971.
Livros Publicados:
- Pontas de Cigarros, Apparício Torelly, Rio de Janeiro - 1925
- "O Globo" - Rio de Janeiro - 1925 - artigos
- "A Manhã" - Rio de Janeiro - 1926 - artigos
- "A Manha" - Rio de Janeiro - 1926-1952 - artigos
- "Jornal do Povo" - Rio de Janeiro - 1934 - artigos
- "Avante", "Homem Livre", "O Povo" - Rio de Janeiro - Década de 30 - artigos
- "Diário de Notícias" - Rio de Janeiro - 1938-1942 - artigos
- "Almanhaque" - São Paulo - 1949 - 1º. semestre
- "Almanhaque" - São Paulo - 1955 - 1º. semestre
- "Almanhaque" - São Paulo - 1955 - 2º. semestre
- "Última Hora" - São Paulo - 1955-1959 - artigos esparsos
- "Almanhaque" - Agência Studioma Editora - S.Paulo - 1989 (reedição de 1955)
Homenagens: Há duas escolas com o nome "Barão de Itararé" no Rio de Janeiro: uma em Marechal Hermes e outra em Santa Cruz. Em Japeri, Baixada Fluminense, o CIEP 402 leva o nome de Apparício Torelly.
FONTES: http://pt.wikipedia.org
http://www.releituras.com/itarare_bio.asp
Um comentário:
Olá!!!
Obrigada por prestigiar nosso blog, e aproveito para lhe agradecer pelas informações que contém no seu blog, pois utilizo com frequencia para pesquisa. Vc também está de parabéns por seus blogs.urtr
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